sábado, 27 de agosto de 2011

Caro Frank ou quem quer que seja.

Não vou dar bom dia porque meu dia tá sendo tudo, menos bom. Não vou dizer que senti saudades, porque sei que não senti. Só quero avisar que esse post não vai ser engraçadinho, então prepare-se, Frank. Ainda há tempo pra fugir.
Você, talvez mais do que ninguém, deve entender o que estou sentindo agora. Aquela coisinha engraçada que você sente quando algo muito importante é tirado de você like seu rim ou whatever qq eu to falando enfim. Frank, imagine a seguinte hipóteseE LEMBRE QUE ISSO É SOMENTE UMA HIPÓTESE, UMA DROGA DE UMA COISA HIPOTÉTICA QUALQUER SEMELHANÇA COM PESSOAS VIVAS OU MORTAS OU IMPORTANTES PRA MIM É MERA COINCIDÊNCIA HERE WE GO:
Suponhamos, Frank, que você nunca foi feliz. I mean, você aparentava estar feliz o tempo todo e talvez isso fosse culpa dos remédios que lhe obrigavam a tomar todas as manhãs, pra manter essa felicidadezinha puramente superficial. Mas, depois de um tempo, você finalmente encontra algo que parece ser sua raison d'etre, aquilo que vai lhe motivar a acordar todas as manhãs e ficar feliz, mesmo sem os remédios. Como se, finalmente, você tivesse conseguido assumir o controle sobre a sua vida. E tudo isso por causa de uma pessoa. Ela impede que seu mundo desmorone de novo e, caso ele desmorone, ela vai lhe ajudar a colar fragmento por fragmento, até voltar a ficar habitável para você e sua mente insana. E vocês são felizes, sim. Os dois juntos, porque acabaram se tornando um só. Um não vive sem o outro. E tudo parece bem.


Até que, por ironia, tudo isso é arrancado de você. No mesmo fucking dia. 


E a única coisa que você pode fazer é sentar, abraçar seus joelhos e assistir enquanto seu mundo desmorona lentamente. Mas dessa vez ninguém vai reconstruir nada. Seu castelo quebrou. A droga da redoma que você levou anos pra construir, pra afastar tudo que lhe fazia mal, aquela redoma que você deixou que apenas ele, a SUA maldita felicidade, tivesse acesso.. tudo está ao seu redor, agora, em pedaços. Você estende a mão e apanha um pedacinho do que restou dessa redoma, e a única coisa que pode ver é sua vida indo embora. E todas as partes do seu corpo têm o nome dele. E você abraça seus joelhos com toda a força que consegue reunir, como se isso fosse ajudar. As pessoas vão olhar para você e tudo que lhe fazia mal vai voltar, porque não existe mais redoma, não existe mais proteção, não existe mais esconderijo. 
Você estende a mão e percebe que não consegue agarrar nada. Ninguém vai estar ali pra lhe ajudar dessa vez, porque aquilo que lhe mantinha vivo foi tirado de você. E ele disse que voltaria, mas você sabe que, com o tempo, ele vai esquecer que você existe. Afinal, você não existe. Você não passa de um pedaço inútil de carne, com mais defeitos do que qualquer outra coisa. E insistem em dizer que você é perfeito, quando você sabe que não é. Aí você desiste de reconstruir as coisas, e fica esperando ele voltar pra dizer que vai te abandonar e encontrou alguém melhor. Então o que vai desmoronar não é o seu mundo, é o seu coração. Você vai sentir quando isso acontecer, don't worry.


Lembrando que isso é puramente hipotético. 


De sua maior fã, Anne.